Parto em hospital público não é sinônimo de má assistência. Existem iniciativas no SUS que podem garantir um atendimento de muita qualidade, a depender da cidade e região. Neste vídeo Eleonora oferece 5 dicas para viver um parto no SUS da melhor forma possível!
Transcrição do Vídeo
Muita gente pedindo e finalmente chegou a hora de falar tudo o que eu penso sobre parto no SUS, dando aqui 5 dicas especiais para que você possa viver uma boa experiência nesse ambiente. Bora lá
Tem me chovido comentários aqui no canal de que as dicas, muitas dicas que eu ofereço falando sobre alívio da dor por exemplo, trabalhos de parto, que isso é uma realidade pra quem vive um parto no setor privado de saúde. Que no SUS é outra realidade, e eu quero dizer aqui que não é bem assim que a banda toca. Eu acho que a gente tá perdendo muito tendo essa visão e não conhecendo um pouco mais sobre essa realidade, principalmente sobre o seu direito.
Pra quem ainda não me conhece eu sou a Eleonora, sou psicóloga, doula aqui do Despertar do Parto. Atendo como doula desde 2004. Partos em domicílio, partos no ambiente hospitalar privado e também no SUS. E eu vejo quanto que falta assim de conhecimento e de informação para entender o que que é essa realidade do SUS porque eu acho que a gente faz um monstro também em relação a isso, e que precisa ser olhado. Bom, em primeiro lugar eu quero deixar claro aqui o meu posicionamento pessoal que sim, eu acredito no SUS.
Eu tenho fé, eu tenho esperança, eu sou uma pessoa de muita fé, mas eu tenho visto também um sus que dá certo, e tenho muito orgulho disso. Tenho muito orgulho de ser brasileira, de ver um SUS que atendem com o nosso dinheiro lá dos nossos impostos, que a gente paga todos os meses ali (Todos os meses não, a gente não paga imposto todo mês, a gente paga anualmente...Todo dia...todo dia, é verdade) Enfim..um SUS que é direito de todos nós, afinal nós pagamos os nossos impostos o tempo todo. E temos direito a uma saúde de qualidade.
Muito bem, questões que acontecem na realidade do SUS brasil afora. Existe iniciativas dentro do SUS que são muito bacanas, são muito legais e que funcionam. Por exemplo, um selo que existe premiando aquelas maternidades com recursos financeiros e outros prêmios se elas seguem padrões de qualidade no atendimento como por exemplo selo hospital amigo da criança. Só é hospital amigo da criança as maternidades que seguem alguns protocolos sendo que algum deles, um deles na verdade, é o bebê poder ir direto pro colo da mãe, imediatamente quando nasceu, eu já cheguei a falar disso em um outro vídeo aqui também. E não ter berçário, e ter práticas de humanização que protejam esse bebê e a amamentação do bebê logo no começo da vida. Ok, sem mais delongas vamos lá Eleonora, quero logo essas 5 dicas então vamos a elas.
Dica número 1, conheça a realidade do SUS na sua cidade, com os seus próprios olhos. Isso porque histórias ruins de parto vão assim que nem telefone sem fio sabe, elas vão crescendo de tamanho e ganhando imaginação de quem está passando essa corrente e muitas vezes distorcem o que foi na realidade dessas histórias ruins. E também outra coisa, que esse cenário de assistência obstétrica dentro de uma maternidade, ele é muito dinâmico, ele tá em constante mudança. Então melhor coisa que você tem a fazer é visitar essas maternidades. É ir primeiro para a unidade básica de saúde para fazer o seu pré-natal, onde você vai ser provavelmente encaminhada para uma maternidade de referência, geralmente funciona assim...mas eu acredito que você também tem a possibilidade de visitar essas maternidades, de querer conhecer um pouquinho sobre como elas funcionam. E saber qual que é a realidade da assistência que acontece ali.
Pode haver muita diferença entre uma maternidade e outra, então é importante você conhecer diferentes maternidades, tentar conversar com profissionais que atendem lá dentro, tentar conversar com mulheres que já foram atendidas e chegar a sua própria conclusão. Feito isso, escolhendo a sua maternidade, ou você só tem a opção de uma na sua cidade. Olhar na região ao redor, em cidades por perto ali, e se existe a possibilidade de você ser atendida como é a realidade dessa assistência também é uma ótima alternativa. Conversar com doulas na sua cidade e região é uma alternativa muito importante para isso porque as doulas que são assim que nem essa pessoa que sou eu, elas tem esse olhar que defende o interesse de vocês. E que ela conhece a realidade da assistência em diferentes lugares.
Dica número 2, essa aqui é preciosa e importantérrima. Não chegue muito cedo na maternidade. Trabalho de parto, ele transcorre de uma maneira onde o início do trabalho de parto é muito lento, é a fase de pródumos, é a fase latente do trabalho de parto. Nessa fase a evolução da dilatação é muito pequena. As contrações são espaçadas e você não tem a necessidade de ter assistência cuidando da vitalidade do bebê, ouvindo lá no sonar o coraçãozinho do bebê, essa necessidade ela começa no início da fase ativa, então é nesse momento da fase ativa que você tem que ir pro hospital. Para saber como essa fase, identificar, é preciso se informar, é preciso ler, buscar, pra poder saber como que transcorre todo o trabalho de parto. Mas em linhas gerais, 3 contrações a cada 10 minutos, cada contração durante 40, 50 segundos, pelo menos, é uma dica boa e pra saber o momento melhor para ir para o hospital
Terceira dica. Você tem direito a um acompanhante de escolha. Sim. Você tem direito porque isso é uma lei federal, é uma lei que vale em todo o território nacional, e ela existe há muitos anos. Onde você tem direito a ter um acompanhante, no pré-parto, no parto e no pós-parto imediato. Então escolher bem legal esse acompanhante. Pra que essa pessoa seja alguém que te passe tranquilidade, que te passe apoio emocional, e que te ajude com alguns métodos simples de alívio da dor, e que só esse suporte contínuo emocional já é um método de alívio da dor. Pode te ajudar muito também. Claro que esse acompanhante precisa estar melhor informado, claro que você precisa escolher a dedo quem é essa pessoa. Ou preparar se é o pai da criança que quer estar junto, prepará-lo pra isso também através desses vídeos, através de leituras, buscando informações por todos os lados. Melhor ainda se você tiver oportunidade de ter uma doula que te acompanhe. Então doulas são acompanhantes de parto, que são preparadas para te dar todo esse conforto físico, esse apoio emocional. Existem doulas espalhadas Brasil afora, e não muito incomum a gente encontra doulas que estão no início da formação e ávidas pra poder ganhar experiência.
Quarta dica então. Use e abuse dos métodos não farmacológicos de alívio da dor. Eles estão disponíveis, e são muito baratos. Por exemplo o chuveiro. Em toda a maternidade você tem e geralmente profissionais incentivam para que você vá para o chuveiro. Você tem o direito a esse uso, isso ajuda muito na evolução do parto. No alívio da dor. Uma bolsinha de água quente, você pode levar e tentar usar assim esse recurso, trazer ela já quentinha de casa e poder usar pelo menos ali na fase inicial que você entrar na maternidade, o acompanhante levar um ólinho de massagem, fazer massagem na sua região lombar. Geralmente maternidades têm disponíveis bolas, as bolas suiças onde você pode sentar e buscar posições de conforto e de alívio pra que você posso descansar também nesse processo.
Quinta e última dica é, faça o seu plano de parto. Converse sobre ele nas consultas de pré-natal. Coloque ali o que é que você gostaria e veja da realidade do cenário do hospital onde você vai ter o parto, se é possível eles atenderem, fazerem algumas negociações, é claro gente, que com essas 5 dicas a gente não consegue totalmente resolver o parto no Sus em uma assistência que não é legal, nem todas as cidades vão ter disponíveis uma assistencia razoavel. Mas com certeza você vai conseguir viver uma experiência com muito mais segurança, com mais tranquilidade, sendo melhor possível dentro da realidade que te aparece.
Eu fico por aqui, eu espero ter ajudado, se ficou dúvida por favor escreva aqui nos comentários pra que a gente possa responder e te dar uma atenção mais individualizada.
Um grande beijo...ahhh, por favor volta aqui, não vai embora não. Curta esse vídeo, compartilhe e ajude mais mulheres que vão ter partos no SUS a terem um pouquinho mais de conhecimento para poder viver uma experiência melhor.
Grande beijo, fui!
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