As 3 Baladas Emocionais da Gravidez que Ninguém te Conta
por: Eleonora Moraes
Eu já estive grávida por 3 vezes, acompanho mulheres na gravidez profissionalmente e sei bem o que é viver a gestação, do começo ao fim. Com todas suas glórias e... dificuldades. Lembro da minha alegria ao ver que a psicologia descreve os percalços emocionais da gravidez de uma forma muito clara e ainda mostrando algo por detrás delas. Saber disso nos tranquiliza e dá atalhos bem importantes.
Escolhi aqui 3 delas para te contar. São atalhos para compreender coisas muito importantes que podem acontecer com você ou com as grávidas que você conhece: 1. Crise de identidade Longe de ser "propaganda de margarina", a gravidez nos traz de brinde uma verdadeira crise existencial. Isto porque um novo papel social importantíssimo precisa nascer e para dar espaço a ele, vários lutos precisam ser feitos:
Então é normal e esperado sentir-se triste às vezes, sentir-se perdida, com medo e com as emoções todas a flor da pele. É o luto acontecendo e as vezes de forma bem confusa. Não abafe estes sentimentos. Encontre alguém de confiança para conversar, isso vai clarear o que está acontecendo para você, acelerar este processo e facilitar a reorganização da sua "casa" interna. 2. Ambivalência Querer e não querer estar grávida, querer e não querer que nasça logo, hora sentir-se frágil, hora sentir-se poderosa. Essa é "a balada" da gravidez. Ambivalência é o sentimento mais presente durante toda gestação. E está tudo bem sentir estas contradições. Pelo olhar da psicologia, não existe gravidez totalmente desejada ou indesejada. Por mais que tenha sido planejado e desejado, sempre haverá um pedacinho de nós que se imagina sem o bebê, porque tornar-se mãe é pra vida toda e é uma tarefa muito grande, que traz inúmeros sentimentos associados. O que precisamos estar atentas aqui é o que esta ambivalência pode gerar, quando não está consciente. E aqui vem o terceiro sentimento muito comum na gravidez: o medo de que algo de errado aconteça com o bebê. 3. Medo Medo de perder o bebê, de que ele tenha alguma malformação, medo de não ser boa mãe, medo de "não dar conta". Em algum momento estes fantasmas passam pela sua cabeça, faz parte.
A verdade é que não temos o controle sobre a vida. E aprender a abandonar a ilusão do controle, ter fé e entregar é parte importante do aprendizado da maternidade. O que precisamos estar atentas é quando este medo se torna excessivo e os pensamentos negativos muito repetitivos. Isso provavelmente é sinal de que aquela ambivalência ali de cima está nos geraldo a malvada da culpa. E a culpa pode fazer com que nossa mente da mãe nos "punisse" com pensamentos ruins, não merecendo um bebê saudável, não merecendo a felicidade e uma experiência tranquila da maternidade. Então fique atenta! Merecemos sim! A maternidade é uma experiência intensa e que pode e deve ser sim maravilhosa, apesar dos desafios. Pode e deve ser sim humanamente perfeita, justamente porque tem imperfeições. Crises levam a aprendizados. E através dela nos tornando mais guerreiras e amorosas do que jamais imaginávamos ser. :-) |
Eleonora Moraes
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