Afinal, o que é “Parto Humanizado”?
Janeiro/2005
Eis uma questão que envolve grande polêmica. Diversos hospitais vêm divulgando serviços de parto humanizado entendendo-o como o direito ao pai na sala de parto, ou música ambiente na hora do nascimento. Alguns profissionais e instituições sentem-se até mesmo ofendidos, afinal o que haveria de “desumano” em seu trabalho que precisasse ser humanizado?!
É um problema. O termo “humanização” carrega em si interpretações diversas. A qualidade de “humano” em nossa cultura quase sempre se refere à idéia arraigada na moral cristã de ser bom, dócil, empático, amável e de ajudar o próximo. Nesse contexto, retirar a mulher de seu “sofrimento” e “acelerar” o parto através de medicações e de manobras técnicas ou cirúrgicas seria uma tarefa “nobre” da medicina obstétrica e assim vem sendo cumprida.
Mas a qualidade de “humano” que se quer aqui revelar envolve os processos inerentes ao ser humano, os processos pertinentes ao ciclo vital e a gama de sentimentos e transformações que a acompanham. O nascimento, as passagens para a vida adolescente e adulta, a vivência da gravidez, do parto, da maternidade, da morte e da separação são processos naturais e inteiros. Processos que muitas vezes envolvem dor, incômodo, conflito, medo. E são estes mesmos os “portais” para a transição, para o crescimento, para o desenvolvimento e amadurecimento humano.
A assistência ao parto deveria oferecer um suporte caloroso para tal transição, ser seu berço, respeitar e acompanhar o processo como um todo, as escolhas e necessidades da mulher, deixar que mãe e bebê se entendam e se separem naturalmente pelo parto. Permitir que se unam novamente com o contato, com o olhar, o toque e a amamentação imediatamente após o parto. Sem pressa, sem corre-corre, sem vozes altas, agulhas, julgamentos e separação precoce.
Eleonora de Moraes
Psicóloga, doula (acompanhante de parto) e educadora perinatal
Coordenadora do Despertar do Parto
Eis uma questão que envolve grande polêmica. Diversos hospitais vêm divulgando serviços de parto humanizado entendendo-o como o direito ao pai na sala de parto, ou música ambiente na hora do nascimento. Alguns profissionais e instituições sentem-se até mesmo ofendidos, afinal o que haveria de “desumano” em seu trabalho que precisasse ser humanizado?!
É um problema. O termo “humanização” carrega em si interpretações diversas. A qualidade de “humano” em nossa cultura quase sempre se refere à idéia arraigada na moral cristã de ser bom, dócil, empático, amável e de ajudar o próximo. Nesse contexto, retirar a mulher de seu “sofrimento” e “acelerar” o parto através de medicações e de manobras técnicas ou cirúrgicas seria uma tarefa “nobre” da medicina obstétrica e assim vem sendo cumprida.
Mas a qualidade de “humano” que se quer aqui revelar envolve os processos inerentes ao ser humano, os processos pertinentes ao ciclo vital e a gama de sentimentos e transformações que a acompanham. O nascimento, as passagens para a vida adolescente e adulta, a vivência da gravidez, do parto, da maternidade, da morte e da separação são processos naturais e inteiros. Processos que muitas vezes envolvem dor, incômodo, conflito, medo. E são estes mesmos os “portais” para a transição, para o crescimento, para o desenvolvimento e amadurecimento humano.
A assistência ao parto deveria oferecer um suporte caloroso para tal transição, ser seu berço, respeitar e acompanhar o processo como um todo, as escolhas e necessidades da mulher, deixar que mãe e bebê se entendam e se separem naturalmente pelo parto. Permitir que se unam novamente com o contato, com o olhar, o toque e a amamentação imediatamente após o parto. Sem pressa, sem corre-corre, sem vozes altas, agulhas, julgamentos e separação precoce.
- Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto.
- Humanizar é respeitar esta fisiologia, e apenas acompanhá-la.
- Humanizar é perceber e respeitar os diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de sua família.
- Humanizar é permitir o contato contínuo entre mãe, pai e recém-nascido.
- Humanizar é devolver o protagonismo do parto à mulher.
- É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha.
Eleonora de Moraes
Psicóloga, doula (acompanhante de parto) e educadora perinatal
Coordenadora do Despertar do Parto