Neste vídeo, te dou dicas de como se preparar para esse momento mágico.
Transcrição do Vídeo
Qual é a parte do corpo da mulher que você acha que está mais ativa durante o processo do parto e nascimento? Pois eu vim aqui te dizer que o parto acontece muito mais na cabeça e no coração! No vídeo de hoje, dicas para você se trabalhar emocionalmente para a experiência do parto. Vem comigo!
Eu sou a Eleonora do Despertar do Parto e eu vivi sim, senhoras e senhores, três partos. Dois partos normais sem analgesia e uma cesariana de hora eletiva, e também pela minha experiência acompanhando mulheres como Doula já há vários anos, eu vejo quanto que a gente precisa se preparar internamente para essa experiência, que ela ta muito mais, acontece muito mais do lado de dentro do que do lado de fora, e não na mão dos profissionais que estão lá para assistir ao parto.
O parto acontece aqui dentro e é fundamental a gente estar preparado para essa experiência. Sem dúvida nenhuma nada é mais cercado de mitos e medos do que o processo do parto. Talvez a morte vai, a sexualidade também. Talvez sejam esses três grandes motes aí da humanidade de que a gente tem tanto fascínio e medo ao mesmo tempo.
Mas o parto traz esse medo justamente porque ele é um mergulho no desconhecido, ele é um mergulho na nossa própria sombra, ele é um mergulho em um lugar onde a gente não faz ideia de como ele seja, de como a gente vai reagir, do que é que vai acontecer. É um lugar aonde a gente não tem controle de absolutamente nada sobre o que tá acontecendo.
Aliás, quanto mais abandono do controle, melhor são os resultados, mais fisiológico ele vai ser. Então como é que a gente, neste mundo moderno, onde a gente controla todos os fatores, onde a gente agenda horários e se programa, se entrega para uma vivência como essa, onde a gente tem que abandonar o controle? No meu entendimento existem dois lados dessa preparação emocional para o parto:
Um lado deles é visível e palpável, e é tranquilo e fácil. O outro é oculto. No lado visível é tudo aquilo que eu posso controlar, são as variáveis talvez controláveis sobre o parto. Então é o local de escolha do parto, se vai ser em casa ou na maternidade, na casa de parto. É conhecer a equipe médica que vai me atender, é saber sobre as intervenções, é elaborar o meu plano de parto. É me preparar, entendendo como são as fases do trabalho de parto, como são as intervenções, fazendo uma preparação até mesmo corporal.
Mas o foco de hoje é justamente falar sobre o lado oculto, sobre aquele lado emocional que a gente não tem controle. Nesse lugar moram as fantasias todas, de morte, de destruição, de medo, de fantasias, de coisas que podem acontecer com você, com seu bebê, com todo processo que você vai viver. E como se preparar para esse lado oculto?
A primeira dica que eu dou, é que você olhe no fundo dos olhos daquilo que te assombra. É trazer para o consciente aquilo que te acorda no meio da noite, que te deixa pensando sobre o que é que pode dar de errado no seu parto, sobre o medo né, alguma fantasia que seja mais destrutiva, alguma fantasia de morte. Olha nos olhos disso, traga para fora, de preferência falando com pessoas que possam te entender. Com profissionais ligados à assistência ao parto, assim como Doulas, enfermeiras obstetras, psicólogas, às vezes até o médico obstetra também que tenha mais sensibilidade.
Quando a gente tira o monstro do armário, é simplesmente dar uma cara para aquilo que nos assombra. E poder falar sobre isso, poder falar com a assistência, é também desmistificar. É trazer um equilíbrio entre o que é fantasia daquilo que você tá pensando, e o que é a realidade. E o que você pode fazer para evitar que essa realidade aconteça!
A segunda dica vem no sentido de pensar o seguinte “E se meu maior medo acontecer?”. É, esse é um momento difícil, mas pensar sobre isso e entregar esse medo, faz com que a gente se liberte dele. Se o seu maior medo acontecer, aceite. A gente não tem, como eu disse, o controle sobre os processos todos da vida. Isso vai fazer parte da sua história. Isso vai ser a sua marca, sua cicatriz e você vai honrar essa história e carregá-la, reverenciá-la, porque tudo na vida é um processo de aprendizado muito importante. Uma questão que a gente tem que ficar muito atenta e que é muito comum a gente ver na assistência, é dos profissionais infantilizando demais as mulheres em trabalho de parto, as mulheres na maternidade, até mesmo na própria gestação. Então não é à toa que esse cunho “mãezinha” que a gente escuta tanto por aí, é tão repetido. Ok, ele é carinhoso,ele é bonitinho, mas ele também traz uma carga de infantilizar um pouco a mulher. E uma mulher que teve a capacidade de gestar um bebê, vai parir, vai amamentar, vai acordar de madrugada, vai se responsabilizar pela vida de um ser humano, é um mulherão já poxa vida! Então busque esse mulherão dentro de você. Assuma ele. Ele existe dentro de você, então não tenha medo do seu corpo. Não tenha medo das experiências que possam te acontecer.
Você tem sim toda capacidade de sobreviver a isso, de crescer com isso e poder ser uma mulher maravilhosa, uma mãe incrível para o seu filho, justamente porque você viveu as coisas difíceis da vida também. Uma outra dica importante. Diga “não” as histórias horrorosas que te contam sobre partos que dão errados. Sobre tragédias de mulheres e de bebês. Por que passou da hora, porque o parto foi uma catástrofe e coisas assim. A vizinhança nossa sim está ali recheada de histórias horríveis para nos contar e você tem todo direito de negar isso. Seu ouvido não é pinico minha querida! Não precisa ouvir isso. Diga não! Fala assim, “Ah é uma história boa de parto que você vai contar?”. “Não?!”. "Então não preciso saber."
E na prática como é que você pode trabalhar esse lado emocional para se preparar para o parto? Busque atividades e práticas que te ajudem a encontrar o seu eixo com o seu centro. Cada mulher vai ter uma experiência diferente em relação a isso, mas de um modo geral, as atividades em que fazem você silenciar um pouco a mente e você observar mais a sua respiração, movimentar o seu corpo, tirar a energia do cabeção que não para de falar mil histórias e mil medos e mil situações, e traz essa energia para o teu corpo. Traz essa energia para o teu eixo. Para o teu centro, porque é isso que a gente tem que buscar para poder viver todos os processos da vida. Mas principalmente o momento desafiador desse que é se tornar mãe.
Uma atividade que me ajuda imensamente a fazer isso, e que eu utilizo isso na minha prática no atendimento a gestantes que eu acompanho, é a yoga. A yoga nos permite voltar para este espaço interno e fortalecê-lo. É a gente parar e fechar os olhos, observar a respiração, fazer um movimento e observar o corpo. Então tudo isso que faz a gente trazer a atenção para o nosso corpo, para nossa respiração, é trabalhar esse lado mais feminino, mais intuitivo. É permitir que os espaços aqui dentro se abram no nosso corpo, no nosso coração, para essa guerreira emergir. Parece algo muito impalpável e pouco concreto, mas na realidade a experiência, o dia-a-dia praticando esse tipo de atividade, nos mostra o quanto que ele é real e verdadeiro.
Se você gostou desse vídeo, dessa experiência e gostaria que eu fizesse outros vídeos trazendo uma vivência corporal para fazer como prática da gestação, escreve aqui nos comentários para a gente poder ver o interesse de vocês e poder construir novos vídeos e novas dicas nesse sentido.
Espero que vocês tenham gostado desse vídeo e que ele tenha contribuído um pouquinho na sua jornada interna de preparação. Se esse vídeo te tocou, curta e compartilhe com mais pessoas e a gente assim pode caminhar juntos crescendo aqui neste canal. Um grande beijo. Namastê!
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