Procedimento cirúrgico deve ser realizado pela equipe médica no caso de a vida do bebê e da mãe estarem em perigoStephania Ghellere preparou o nascimento de Lorenzo desde o primeiro dia da gestação. Queria que tudo saísse no tempo dele. No quarto do RDO, o clima foi de acalanto. Velas, banheira quentinha, música e calmaria. Foram 12h de tentativas. No início, a dilatação estava rápida. “Já estamos com oito centímetros”, avisou a médica Flávia Maciel de Mendonça, quando cheguei para acompanhar o parto. Sthepania parecia mais forte a cada contração. “Vem Lorenzo, vem para a mamãe”, dizia, fazendo carinho na barriga. Quando as dores ficaram mais intensas, a doula Thaiane Caetano preparou a banheira. O pai, Bruno Ghellere, dava carinho. A mãe comeu chocolate, tomou suco e até andou pelos corredores do hospital. A cada pedido, médica, a enfermeira Raquel Vivancos e doula respondiam. “Escolha a posição melhor para você”. Já por volta das 3h da madrugada, Lorenzo “parou a descida”. O parto, que havia começado às 19h, deixou de evoluir. Às 5h, Stephania pediu analgesia. Já não conseguia mais suportar as dores. Às 7h, a médica explicou que a cesárea seria a melhor opção. Stephania chorou. “Depois de tudo o que a gente passou?”, perguntava para a equipe. “Você não vai ser menos e nem mais mãe”, a doula explicou. A equipe deu força, reunida. A médica Flávia explicou que a cesárea seria por indicação, não eletiva. “Nesse caso, você fez tudo o que podia. É pela sua segurança e do bebê”. Nesse tipo de situação, a cesárea é bem-vinda. “É um procedimento cirúrgico fantástico, que se bem indicado pode salvar mãe e bebê”, pontua a ginecologista Silvana Quintana, da Faculdade de Medicina da USP. Ana Paula da Silva Magalhães já estava na 40ª semana de gestação sem sentir contrações ou sinais de que o bebê estava pronto. Procurou a Mater e descobriu que Emilly estava presa, em uma posição com a cabeça para cima. “A cesárea salvou a vida dela”, disse a médica. A indicação para a cesárea de Lorenzo foi pela parada na progressão fetal e porque o seu tamanho não condizia com a bacia da mãe. O meninão nasceu com pouco menos de 4 kg. Até na cesárea, porém, houve humanização. O centro cirúrgico ficou a meia luz. Houve música. O bebê foi para o colo da mãe. “Olha o papai, filhão”, e a emoção inundou dentro e fora da sala de parto. “Você viu meu neto? Ele não é lindo?”, gabava-se o avô na sala de espera. Lorenzo nasceu saudável, sorrindo para o mundo.
Entendi tudo dentro. Parto é natural. Cesárea salva vidas, quando as vidas precisam ser salvas. Era o caso de Lorenzo e Stephania. É o caso de muitas gestantes. Mas tem que ser o caso. O parto normal não tem esse nome à toa. Nasci de cesárea e ainda não sou mãe. Sempre escutei dizer que esse era o método mais seguro. Com a imersão na reportagem, pude redescobrir. Que delícia ouvir o choro do Lorenzo! Que delícia assistir à vida começar! Daniela Penha - Repórter que redescobriu o parto * Publicado em 24/08/2014
Fonte: Jornal A Cidade Link: http://www.jornalacidade.com.br/noticias/cidades/NOT,2,2,982601,Cesarea+quando+indicada+salva+vidas.aspx Leave a Reply. |
Imprensa O Despertar do Parto na Arquivo
September 2014
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24/8/2014
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